No dia 17 de agosto de 1966, os técnicos em eletrônica Miguel José Viana, 34 anos, e Manuel Pereira da Cruz, 32 anos, desembarcaram na Rodoviária de Niterói (RJ) no início da tarde.

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Os homens encontrados no Morro do Vintém / Wikimedia Commons

Moradores de Campos, no mesmo estado, os dois – especialistas em instalação de transmissores e repetidores de sinal de televisão – haviam dito à familiares que estavam viajando para São Paulo a fim de comprar um carro e equipamentos eletrônicos.

Miguel e Manuel saíram de Campos levando a quantia de dois milhões e trezentos mil cruzeiros (cerca de mil dólares) e fizeram o seguinte percurso: visitaram o dono da loja de eletrônicos Fluscop; compraram as capas de chuva e depois entraram em um bar, nas proximidades do Morro do Vintém, para comprar uma garrafa de água.

Miguel e Manoel foram encontrados mortos no alto do morro no dia 18 de agosto. Sem marcas de tiros ou facadas, os dois traziam nas mãos estranhas máscaras de chumbo e o seguinte bilhete cifrado: “16,30hs está no local determinado 18,30hs ingerir cápsula, após efeito proteger metais aguardar sinal máscara”.

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O bilhete misterioso encontrados na cena do suposto crime / Credito: Wikimedia Commons

Foi o início de um mistério que persiste até hoje. Os corpos foram resgatados no dia 21 de agosto pelos bombeiros e levados para exame de necrópsia e toxicológico no Instituto Médico Legal de Niterói. O laudo saiu quase dois meses depois indicando causa indeterminada para as mortes.

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Lugar onde encontraram corpos de Miguel e Manoel / Crédito: Reprodução.

A dona de casa Gracinda disse ter visto no mesmo dia um estranho objeto, com luzes azul e laranja, no local. Em Campos, a polícia descobriu que Miguel e Manuel haviam feito diversas experiências espirituais na cidade e estavam lendo livros sobre contatos extraterrestres.

Um detalhe serviu para aumentar o suspense: a maior parte do dinheiro das vítimas desapareceu. Várias hipóteses foram levantadas, desde suicídio involuntário, roubo seguido de assassinato até morte por contato com extraterrestres.

Mas a polícia nunca esclareceu o caso, que foi arquivado após três anos e ficou conhecido como “O Mistério das Máscaras de Chumbo”. Hoje, varios anos depois, autoridades revelam que, na verdade, o exame toxicológico nunca foi feito porque as vísceras apodreceram no IML de Niterói.

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Máscaras de chumbo encontrados com os corpos / Crédito: Reprodução.

‍Teorias

Entretanto, não faltaram teorias para explicar a estranha circunstância das mortes. A hipótese de que eles haviam sido mortos por extraterrestres foi levantada e despertou a atenção de vários ufólogos. Essa teoria ganhou ainda mais força quando uma dona de casa afirmou ter visto um estranho objeto com luzes vermelhas e laranjas sobrevoando o local no mesmo dia em que os dois homens morreram. Além disso, a polícia descobriu que eles estavam lendo livros sobre extraterrestres.

Uma outra teoria, considerada mais plausível, foi apresentada por um amigo das duas vítimas. Segundo ele, eles eram integrantes de uma seita religiosa científico-espiritualista e faziam uso de drogas psicotrópicas, que poderia tê-los levado à morte.

Sem solução

O fato é que nenhuma hipótese se comprovou e o caso continua um mistério até hoje.  As famílias das vítimas nunca conseguiram saber o motivo das mortes e apontam falhas na investigação do caso.

Até hoje várias perguntas ficaram sem respostas: o que Manuel e Miguel foram fazer no Morro do Vintém? Que tipo de cápsula teriam ingerido? Onde foi parar o dinheiro que levavam? O que teria sido o objeto luminoso visto pela dona de casa sobrevoando o local? O que teria causado a morte dos técnicos em eletrônica?

Fonte: Iconografia da História / Rede Globo – Linha Direta.

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